Autora de solicitação, vereadora Renata Bueno diz que tentará mandado de segurança para que plenário vote seu pedido
Em uma sessão tensa, a Câmara Municipal de Curitiba decidiu ontem arquivar o pedido de criação de uma Comissão Processante para investigar as acusações contra o presidente da Casa, João Cláudio Derosso (PSDB). Com isso, o pedido de afastamento temporário do vereador da presidência, feito pela vereadora Renata Bueno (PPS), também não será votado. O afastamento seria de 90 dias, enquanto durassem as investigações.
A vereadora havia solicitado a criação de uma Comissão Processante antes de começar a cirular o pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). No entanto, a procuradoria jurídica da Câmara disse que o pedido é ilegal. A vereadora Julieta Reis (DEM), relatora do caso, também optou por recomendar o arquivamento. O relatório foi aceito pela Comissão de Legislação e Justiça.
Com a derrota, a vereadora anunciou ontem que entrará com um mandado de segurança exigindo que o afastamento de Derosso seja votado em plenário. “Vamos entrar na Justiça até mesmo para provar que nosso pedido estava correto. Eles querem estar acima da lei, distorcendo até mesmo um entendimento do Supremo Tribunal Federal”, afirmou Renata.
Não foi possível fazer a contagem de votos no julgamento do recurso porque a votação foi simbólica. Entretanto, a maioria dos partidos da situação, incluindo o PSDB, o DEM e o PSB, votou pelo arquivamento do pedido.
Durante o encaminhamento da votação, vereadores do PSDB fizeram críticas duras à atuação de Renata durante o processo. “O PPS é um partido de família, diferente do nosso [PSDB], que tem representantes em todos os segmentos da sociedade curitibana”, disparou o líder do partido na Câmara, Emerson Prado, se referindo ao fato de Renata ser filha do presidente estadual do partido, Rubens Bueno. Já Paulo Frote (PSDB) criticou a atuação do PT e do PMDB, por não defenderem a realização de uma CPI na esfera federal para investigar a corrupção no governo de Dilma Rousseff.
“Quem não tem argumentos, age com ataques pessoais. Eu tenho respeito por cada um dos vereadores dessa Casa. Em momento nenhum raciocinei com meu fígado, como muitos estão fazendo por não conseguir raciocinar com a cabeça”, rebateu Renata. “Para tudo aquilo que estamos tentando fazer na Casa, eles estão colocando muita resistência. Isso demonstra mais uma vez a influência que continua sendo exercida por Derosso na presidência da Casa”, completou a vereadora, defendendo o afastamento do presidente.
(Reportagem publicada em 17 de agosto de 2011)
(Reportagem publicada em 17 de agosto de 2011)
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