O jornalista Fabio Campana
veiculou em seu blog nesta quarta-feira (16) a conversa que tive com Renata Bueno, onde a candidata falou do seu amor pela Itália, o surgimento da candidatura e os planos para uma
atuação no Parlamento Italiano. Abaixo, a matéria na íntegra:
Uma paranaense no Parlamento italiano
Renata Bueno é candidata do Brasil nas eleições italianas que acontecem em 24 e 25 de fevereiro. Ela pode se tornar a primeira brasileira eleita deputada no Parlamento da Itália. Renata tem o apoio do ex-senador italiano Edoardo Pollastri, uma das figuras mais respeitadas da política local, que disputará uma das vagas no Senado.
Os italianos que moram no Brasil ou brasileiros descendentes de italianos devem receber as cédulas de votação em suas casas, pelo correio, já no próximo dia 6 de fevereiro. Eleita, ela poderá também defender os interesses dos italianos e seus descendentes que vivem no Brasil.
Renata será candidata por uma lista cívica independente denominada União Sul-Americana de Emigrantes Italianos (USEI), que oferece quatro vagas de deputados e duas de senadores a representantes dos países da América do Sul.
No Leia Mais, as declarações de Renata Bueno sobre sua candidatura:
O amor pela Itália
Já tenho dez anos de namoro com a Itália. Fiz pós-graduação e mestrado no país. No período em que morei lá, busquei a origem da minha família e isso fortaleceu muito os meus laços com a Itália. Fiquei quatro anos morando lá e voltei ao Brasil há seis anos, mas continuei esse trabalho. Quando fui vereadora, trouxe para Curitiba vários projetos que achei interessantes na Itália e que pudemos aplicar aqui, como a Virada Cultural, por exemplo. E tivemos vários projetos na área de convênios entre universidades, na área da economia, com parcerias entre bancos, empresas privadas, etc. Brasil e Itália são países-irmãos que devem estreitar cada vez mais seus laços.
Surgimento da candidatura
Como vereadora, comecei a cruzar muitos pontos de interesse com a Itália e com a política do país. E o PPS tem esse perfil internacionalista muito forte em sua atuação política e sua história. A Argentina, por exemplo, é muito organizada na política italiana, mas aqui no Brasil nós não somos muito organizados e ainda temos uma representação muito fraca lá. A partir dessa aproximação, algumas lideranças políticas começaram a conversar comigo. Com a queda do governo (de Mario) Monti (primeiro-ministro que renunciou ao cargo em dezembro do ano passado), o senador (Edoardo Pollastri) me procurou para fazer parte da União Sul-Americana de Emigrantes Italianos (USEI). É uma lista cívica onde a gente pode representar os interesses dos italianos que moram em outros países e dos seus descendentes. Em relação ao senador, nós, do PPS, já havíamos apoiado sua candidatura em 2006 e 2008, e ele já tem este vínculo com uma política de centro-esquerda.
Atuação no Parlamento
Nós nos alinharemos ao governo de centro-esquerda. Para que se componha um bom governo, vamos continuar nessa linha ideológica. O Partido Democrático (PD) tem uma relação histórica com o PPS, há uma cooperação mútua entre ambos. Nós já somos parceiros e aliados há muito tempo.
Momento atual da política italiana
É um momento muito delicado e de muita mudança. Na verdade, o mundo todo vem passando por esse processo de reflexão, e na Itália não é diferente, até pelo fato de o país estar passando por uma crise econômica. O cidadão italiano é muito politizado e isso gera uma expectativa muito grande para essa eleição. Acredito que vai ser um momento importantíssimo. E não podemos nos esquecer que a Itália é um país que reflete na economia mundial, o que torna essa eleição ainda mais importante.
A importância da candidatura
Esse é um ponto de destaque na nossa campanha. Nosso esforço é conscientizar essas pessoas, mostrar a importância desse voto e mostrar que é um direito nosso. Fui atrás de toda a história da minha família. Hoje, é muito comum o jovem buscar isso, a gente se apega a essa nossa origem. E estou muito feliz por ser a representante brasileira na eleição. Nosso projeto para o PPS não é só participar das eleições, mas ajudar na organização da política italiana e na consolidação da participação brasileira.
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