Nota sobre
decisão do Conselho de Ética da Câmara Municipal de Curitiba.
O Conselho de Ética da
Câmara Municipal decidiu me penalizar pelo uso da expressão “bando
de gentalha”, com o qual eu reagi à agressividade de alguns
vereadores, em outubro de 2011. Com a devida licença, quero
recolocar as coisas no seu devido lugar.
Embora tenha utilizado
a malfadada expressão em uma discussão menor, vale salientar que
ela se deu no contexto maior dos embates que travei pela denúncia,
investigação e afastamento do ex-vereador e ex-presidente da Câmara
Municipal João Cláudio Derosso, os quais despertaram um clima de
intensa animosidade por parte dos que assumiram a sua defesa, uns
porque se beneficiavam dos desvios do “esquema Derosso”, e outros
simplesmente por acomodação e corporativismo.
Tentei, de todas as
formas, que os vereadores aprovassem a instalação de Comissão
Processante para apurar crime de responsabilidade por parte do
ex-presidente da Câmara. Quando ficou claro que, dentro da Câmara
de Vereadores nada prosperaria, apelei ao Poder Judiciário e ao
Ministério Público, tornei público documentos obtidos
judicialmente pelo meu partido e, afinal, conseguimos desgastar o
ex-vereador Derosso, até o ponto de inviabilizar a blindagem com a
qual os seus parceiros sempre o protegeram.
É nesse cenário que
eu construí adversários que, desde então, vem tentando me
intimidar e me dobrar, com maledicências, processos no Conselho de
Ética e um dossiê grosseiramente falsificado tentando me imputar
crimes eleitorais. Causa espécie que em nenhum momento tenhamos
conseguido emplacar um processo sério contra os contratos de
publicidade que fizeram evaporar R$ 30 milhões da Câmara de
Vereadores. Mas um processo contra o uso da palavra “gentalha”
cumpre o rito e é devidamente concluído.
A garantia de
manifestação livre e sem censura de qualquer opinião, ainda que
eventualmente desagradáveis ou contundentes, constitui um dos
pilares fundamentais da democracia. Cumpri o mandato de vereadora
orientada por esse princípio. Agi e falei sempre movida pelo sentido
de missão delegada pelo povo, e tenho a satisfação de tê-lo
honrado sem me submeter jamais às conveniências da politicagem
miúda.
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